Os Estados Unidos revogaram o visto do juiz do Supremo Tribunal Federal do Brasil Alexandre de Moraes, acusando-o de liderar uma campanha política contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A decisão foi tomada poucas horas depois de Moraes ter imposto medidas rigorosas contra Bolsonaro, incluindo uma pulseira eletrónica no tornozelo, um recolher obrigatório durante a noite e uma proibição de utilização das redes sociais, no âmbito de acusações, em curso, relacionadas com o golpe de Estado.
“A caça às bruxas política do juiz do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não só viola os direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende para além das fronteiras do Brasil para atingir os americanos”, disse o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em comunicado.
Rubio acrescentou que as restrições de visto também se aplicariam a outros juízes que apoiassem Moraes, bem como aos seus familiares diretos.
Moraes há muito que está em desacordo com Bolsonaro, um firme aliado do Presidente dos EUA, Donald Trump.
Tanto Bolsonaro como Trump afirmaram que são alvos de investigações com motivações políticas.
Bolsonaro enfrenta acusações de ter planeado um golpe de Estado no Brasil após a sua derrota eleitoral para o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na sexta-feira, a polícia federal brasileira invadiu a casa de Bolsonaro. O seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, escreveu no X que “os agentes invadiram a casa do meu pai esta manhã”, culpando Moraes pela operação.
A ordem de Moraes impede o ex-presidente de sair de casa à noite, obriga-o a usar um monitor eletrónico e proíbe-o de usar as redes sociais.
Entretanto, Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras, aumentando ainda mais as tensões com a maior economia da América Latina.