Centenas de milhares de cubanos juntaram-se numa manifestação do Primeiro de Maio em Havana para protestar contra o embargo comercial dos EUA à ilha, que dura há mais de seis décadas, e contra as restrições impostas por Washington às suas missões médicas internacionais.
A manifestação de quinta-feira foi a primeira grande manifestação desde 2022, embora o país comunista, que está mergulhado numa profunda crise económica, tenha assistido a vários protestos de menor dimensão devido à escassez de combustível.
Os manifestantes encheram uma grande avenida que se estende desde a famosa esplanada à beira-mar Malecon até à sede do governo na Praça da Revolução.
Um grupo de médicos e enfermeiros passou por um memorial ao herói nacionalista José Marti cantando “Abaixo o bloqueio” e “Viva Cuba livre”.
O ex-presidente Raul Castro, irmão do falecido Fidel, e o atual presidente Miguel Diaz-Canel, observaram os manifestantes.
As sanções de Trump contra a ilha
No seu primeiro dia de mandato, o Presidente dos EUA, Donald Trump, anulou a decisão do seu antecessor, Joe Biden, de retirar Cuba da lista de estados patrocinadores do terrorismo, abrindo caminho a sanções mais severas contra a ilha.
Um mês mais tarde, os Estados Unidos alargaram as restrições à concessão de vistos para o envio de médicos cubanos para o estrangeiro, um programa com décadas de existência que fornece a Cuba moeda forte e influência, mas que Washington apelidou de “trabalho forçado”.
“É importante vir hoje para defender a revolução”, disse à agência noticiosa AFP Alexander Garcia, um técnico de laboratório de 50 anos, que chegou à manifestação de muletas.
O líder da União Central dos Trabalhadores de Cuba, Ulises Guilarte, acusou a administração Trump de tentar “causar escassez e desestabilizar o país”.
Ele chamou de “perversa” a campanha de Washington contra o programa de brigadas médicas de Cuba.