A polícia britânica afirmou que não está a tratar como terrorismo o atropelamento em Liverpool, que deixou 27 pessoas hospitalizadas, depois de um veículo ter colidido com multidões que celebravam o título de campeão da Premier League do Liverpool.
“Acreditamos que se trata de um incidente isolado e não estamos atualmente à procura de mais ninguém relacionado com o mesmo”, afirmou Jenny Sims, chefe-adjunta da polícia de Merseyside, numa conferência de imprensa na segunda-feira.
“O incidente não está a ser tratado como terrorismo”, acrescentou.
Jenny Sims acrescentou que um homem britânico, branco, de 53 anos, que foi detido pouco depois da colisão, seria o condutor.
David Kitchen, do Serviço de Ambulâncias do Noroeste, disse que os serviços de emergência estavam “horrorizados e tristes” com o que tinha acontecido.
Confirmou que 27 pessoas foram transportadas para hospitais de Liverpool e que duas sofreram ferimentos graves, incluindo uma criança.
“Clínicos, paramédicos e outras equipas médicas foram rápidos a apoiar e a responder ao que aconteceu em Water Street”, afirmou Kitchen.
Lições do passado
Os observadores notaram que a rápida divulgação da identidade do suspeito pode refletir as lições aprendidas com acontecimentos anteriores.
No verão passado, um ataque à facada numa aula de dança para crianças em Southport, no Reino Unido, resultou na morte de três raparigas.
Horas mais tarde, eclodiram violentos protestos e motins na cidade, que se estenderam a outras zonas, alimentados por desinformação e por sentimentos de extrema-direita.
As primeiras alegações associaram falsamente as mortes a um migrante muçulmano, provocando raiva e protestos em todo o país. Axel Rudakubana, de 18 anos, nascido em Cardiff, foi acusado de ligação com os assassínios.
Esse atraso criou um vazio que foi rapidamente preenchido por contas de extrema-direita que espalharam desinformação na Internet.
Desta vez, parece que a polícia estava determinada a evitar a repetição do caos, dirigindo-se ao público com clareza e rapidez.