CIÊNCIA & TECNOLOGIA
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Agência Internacional de Energia: Centros de dados para IA vão duplicar consumo de energia até 2030
Os Estados Unidos da América, a Europa e a China representam atualmente cerca de 85% do consumo dos centros de dados. Ao ritmo atual, os centros de dados consumirão cerca de três por cento da energia global até 2030, segundo o relatório.
Agência Internacional de Energia: Centros de dados para IA vão duplicar consumo de energia até 2030
O consumo de energia dos centros de dados irá mais do que duplicar até 2030 devido à procura de IA, colocando novos desafios à segurança energética e às emissões, segundo a AIE. No ano passado, a Google assinou um acordo para obter eletricidade de pequenos reactores nucleares para ajudar a alimentar a sua parte na corrida à inteligência artificial. / Reuters
10 de abril de 2025

Até 2030, o consumo de eletricidade pelos centros de dados aumentará muito além do que o dobro do consumo atual, impulsionado por aplicações de inteligência artificial (IA) que criarão novos desafios para a segurança energética e os objetivos de emissões de CO2, afirmou a Agência Internacional da Energia na quinta-feira.

Ao mesmo tempo, a IA pode desbloquear oportunidades para produzir e consumir eletricidade de forma mais eficiente, afirmou a Agência Internacional da Energia (AIE) no seu primeiro relatório sobre as implicações energéticas da IA. Os centros de dados representavam cerca de 1,5% do consumo global de eletricidade em 2024, mas esse valor aumentou 12% por ano, nos últimos cinco anos.

A IA generativa requer uma potência informática colossal para processar a informação acumulada em bases de dados gigantescas. Em conjunto, os Estados Unidos da Amércia, a Europa e a China são atualmente responsáveis por cerca de 85% do consumo dos centros de dados. As grandes empresas tecnológicas reconhecem cada vez mais a sua necessidade crescente de energia.

No ano passado, a Google assinou um acordo para obter eletricidade de pequenos reatores nucleares para ajudar a alimentar a sua parte na corrida à inteligência artificial.

A Microsoft também vai utilizar energia de novos reatores em Three Mile Island, o local onde ocorreu o pior acidente nuclear da América, que sofreu uma fusão em 1979. A Amazon também assinou um acordo no ano passado para utilizar energia nuclear nos seus centros de dados. Ao ritmo atual, os centros de dados consumirão cerca de três por cento da energia global até 2030, segundo o relatório.

De acordo com a AIE, o consumo de eletricidade dos centros de dados atingirá cerca de 945 terawatts/hora (TWH) até 2030. "Este valor é ligeiramente superior ao consumo total de eletricidade do Japão atualmente. A IA é o fator mais importante deste crescimento, juntamente com a procura crescente de outros serviços digitais", afirma o relatório.

Um centro de dados de 100 megawatts pode consumir tanta energia quanto 100.000 residências, disse o relatório. Mas sublinhou que os novos centros de dados, já em construção, podem consumir o equivalente a dois milhões de habitações.

“Por outro lado, a inteligência artificial tem o potencial de transformar o sector da energia na próxima década, conduzindo a um aumento da procura de eletricidade por parte dos centros de dados em todo o mundo, ao mesmo tempo que abre oportunidades significativas para reduzir os custos, aumentar a competitividade e reduzir as emissões", afirmou o grupo consultivo em matéria de política energética, com sede em Paris.

Na esperança de se manter à frente da China no domínio da inteligência artificial, o Presidente dos EUA, Donald Trump, lançou a criação de um “Conselho Nacional para o Domínio da Energia”, encarregado de aumentar a produção de eletricidade. 

Atualmente, o carvão fornece cerca de 30% da energia necessária para alimentar os centros de dados, mas as energias renováveis e o gás natural aumentarão as suas quotas devido aos seus custos mais baixos e à sua maior disponibilidade nos principais mercados.

O crescimento dos centros de dados aumentará inevitavelmente as emissões de carbono associadas ao consumo de eletricidade, passando das atuais 180 milhões de toneladas de CO2 para 300 milhões de toneladas em 2035, segundo a AIE. Trata-se de uma percentagem mínima dos 41,6 mil milhões de toneladas de emissões globais estimadas para 2024.

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