O Supremo Tribunal Federal do Brasil emitiu uma ordem de prisão domiciliária para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está a ser julgado por supostamente planear um golpe, numa medida que pode aumentar as tensões com o governo do Presidente dos EUA, Donald Trump.
O juiz Alexandre de Moraes afirmou na sua decisão na segunda-feira que o ex-presidente de direita não cumpriu as ordens judiciais restritivas impostas no mês passado.
Moraes também proibiu Bolsonaro de receber visitas, com exceção de advogados e pessoas autorizadas pelo tribunal, além do uso do telemóvel, seja diretamente ou por meio de terceiros.
As restrições a Bolsonaro foram impostas devido a alegações de que ele tentou pedir a interferência de Trump, que recentemente vinculou novas tarifas elevadas sobre os produtos brasileiros, naquilo que chamou de uma "caça às bruxas" contra Bolsonaro.
O ex-líder brasileiro enfrenta acusações de que conspirou com dezenas de aliados para reverter a sua derrota eleitoral de 2022.
No mês passado, foi obrigado a usar uma pulseira eletrónica, algo que descreveu como "uma humilhação suprema".
O representante da imprensa de Bolsonaro confirmou a ordem de prisão domiciliar e as restrições ao uso do telemóvel.
Protestos dos EUA
Os Estados Unidos condenaram a decisão do Supremo Tribunal Federal do Brasil.
"Os Estados Unidos condenam a ordem de Moraes que impôs prisão domiciliar a Bolsonaro e responsabilizam todos aqueles que ajudarem e incentivarem condutas sancionadas", afirmou o Bureau of Western Hemisphere Affairs numa publicação na plataforma X.
"O juiz Moraes, agora sancionado pelos EUA como violador de direitos humanos, continua a usar as instituições do Brasil para silenciar a oposição e ameaçar a democracia", acrescentou o comunicado.
"Impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender publicamente não é um serviço público. Deixem Bolsonaro falar!"
