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O Conselho de Segurança da ONU rejeita tentativa da RSF de estabelecer autoridade rival
O Conselho apela a um cessar-fogo imediato em Al Fasher e afirma que movimento unilateral da RSF arrisca aprofundar o conflito.
O Conselho de Segurança da ONU rejeita tentativa da RSF de estabelecer autoridade rival
Soldados sudaneses passam ao lado de veículos militares destruídos após uma batalha com as Forças de Apoio Rápido (RSF) em Cartum, capital do Sudão. / Reuters
14 de agosto de 2025

O Conselho de Segurança da ONU rejeitou o anúncio pelas Forças de Apoio Rápido (RSF) paramilitares de uma autoridade governativa paralela no Sudão, advertindo que ameaça a unidade, integridade territorial e estabilidade regional do país.

"Os membros do Conselho de Segurança rejeitaram o anúncio do estabelecimento de uma autoridade governativa paralela em áreas controladas pelas Forças de Apoio Rápido", afirma o conselho na quarta-feira num comunicado, expressando "grave preocupação" de que o movimento poderia fragmentar o país e piorar a sua crise humanitária.

"Reafirmou inequivocamente" o seu compromisso com a soberania, independência, unidade e integridade territorial do Sudão, sublinhando que passos unilaterais que minam estes princípios põem em perigo tanto o futuro do Sudão quanto a paz na região mais ampla.

Os membros citaram a Resolução 2736 do Conselho de Segurança da ONU adotada em junho, que exige que a RSF levante o seu cerco a Al Fasher — a capital do Darfur do Norte e um centro humanitário fundamental — e pare os combates em áreas circundantes onde são reportadas fome e escassez alimentar extrema.

"Os membros do Conselho de Segurança instaram a RSF a permitir acesso humanitário sem obstáculos a Al Fasher", disse o comunicado, notando relatórios de uma ofensiva renovada da RSF na cidade.

O Gabinete de Direitos Humanos da ONU disse que informações preliminares indicavam que pelo menos 57 civis foram mortos num ataque na segunda-feira pela RSF, incluindo 40 deslocados no campo de Abu Shouk.

O conselho também condenou ataques recentes na região de Cordofão do Sudão por várias partes, dizendo que causaram pesadas baixas civis e perturbaram operações humanitárias.

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Apelo ao diálogo

Os membros do Conselho sublinharam que reiniciar negociações que permanece essencial para parar os combates, assegurar um cessar-fogo duradouro e abrir caminho para um acordo político envolvendo todos os atores políticos e sociais sudaneses.

Exigiram que todas as partes protejam civis, respeitem o direito internacional e cumpram a Resolução 2736, enquanto apelaram à responsabilização por violações graves.

O comunicado também instou todos os estados a evitarem ações que pudessem alimentar o conflito e a apoiarem esforços para uma paz duradoura.

A RSF atualmente detém partes do Cordofão do Norte e Oeste, algumas partes nos estados do Cordofão do Sul e Nilo Azul, e quatro dos cinco estados do Darfur.

O conflito entre o exército do Sudão e a RSF tem continua desde abril de 2023, matando mais de 20.000 pessoas e deslocando mais de 14 milhões, segundo a ONU.

Investigação de uma universidade norte-americana indica que o número de mortos estima-se em cerca de 130.000.

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