Os alertas de tsunami foram levantados pelo Pacífico, permitindo que milhões de pessoas que tinham sido evacuados das áreas costeiras regressassem a casa após um sismo submarino massivo ter atingido ao largo da Península de Kamchatka na Rússia.
O sismo de magnitude 8,8, um dos mais fortes registados globalmente desde 1900, provocou alertas de tsunami em mais de uma dúzia de países, incluindo o Japão, os Estados Unidos e o Equador.
Foram previstas ondas de tempestade de até quatro metros em algumas regiões, provocando preocupações generalizadas.
O Peru encerrou mais de metade dos seus portos do Pacífico, enquanto voos de e para a ilha de Maui no Havai foram cancelados.
Mas na noite de quarta-feira, os receios de um possível incidente catastrófico tinham diminuído, com país após país a reduzir ou levantar os seus alertas.
No Japão, quase dois milhões de pessoas foram ordenadas a evacuar para terrenos mais elevados antes dos alertas serem retirados.
A central nuclear de Fukushima — destruída por um tsunami em 2011 — foi brevemente evacuada como precaução.
Os meios de comunicação locais reportaram que a única vítima mortal foi uma mulher no Japão que morreu depois de conduzir o seu carro por um penhasco enquanto tentava fugir.
O Chile levou a cabo o que o Ministério do Interior considerou "talvez a evacuação mais massiva de sempre" na história do país, com 1,4 milhões de pessoas ordenadas a afastar-se da costa.
As autoridades reportaram posteriormente não haver vítimas ou danos, já que as ondas atingiram apenas 60 centímetros.
Nas Ilhas Galápagos do Equador, onde se esperavam ondas de até três metros, o mar subiu pouco mais de um metro e não causou danos.
"Está tudo calmo, vou voltar ao trabalho", disse Isabel Grijalva, uma residente de Santa Cruz.
Anteriormente, altifalantes, alertas de emergência e encerramentos de parques tinham esvaziado praias e atrações costeiras.
Os turistas foram retirados rapidamente de barcos turísticos, e as escolas foram encerradas nas áreas afetadas.
Pior impacto na Rússia
O pior impacto foi visto na Rússia, onde um tsunami atingiu a cidade portuária de Severo-Kurilsk, inundando uma fábrica de pesca local e arrastando destroços para o interior.
Imagens na televisão estatal russa mostraram edifícios e equipamentos arrastados para o mar.
O sismo também causou danos menores e ferimentos ligeiros no Extremo Oriente da Rússia, apesar da sua força.
Os cientistas também reportaram a erupção do vulcão Klyuchevskoy pouco depois do sismo, com "lava incandescente" a fluir pelas suas encostas e explosões visíveis.
Segundo o Serviço Geológico dos EUA, o sismo estava entre os 10 mais fortes globalmente desde 1900.
Foi seguido por dezenas de réplicas, incluindo uma de magnitude 6,9.
Especialistas sísmicos russos advertiram que réplicas acima de magnitude 7,0 permanecem possíveis nos próximos dias.
