Operadores postais em toda a Europa suspenderam envios de encomendas para os Estados Unidos depois da administração Trump ter anunciado que colocará fim a uma regra de longa data que permitia que importações de baixo valor entrassem sem impostos.
A partir de 29 de agosto, Washington suspenderá a isenção "de minimis", que anteriormente permitia que pacotes no valor inferior a 800 dólares fossem enviados com documentação mínima. Sob as novas regras, a maioria das encomendas comerciais enfrentará tarifas e procedimentos aduaneiros mais rigorosos. Apenas cartas, documentos e presentes pessoais abaixo de 100 dólares permanecerão isentos.
A mudança desencadeou suspensões generalizadas por transportadoras nacionais, citando confusão sobre como o novo sistema funcionará.
"Questões não resolvidas"
O Deutsche Post da Alemanha e a DHL Parcel Germany anunciaram que deixariam de aceitar pacotes de clientes empresariais para os EUA a partir de 22 de agosto, alertando para "questões não resolvidas" em torno dos requisitos de dados aduaneiros e cobrança de direitos aduaneiros.
O La Poste de França disse que “não houve tempo para os operadores postais para se organizarem” e que apenas presentes abaixo de 100 dólares entre pessoas continuariam a ser entregues.
O Royal Mail do Reino Unido confirmou que retirará os serviços de exportação para os EUA para empresas a partir de terça-feira, enquanto o operador postal nacional da Áustria suspenderá os envios a partir de 26 de agosto.
A PostNord, que serve para a Suécia e outros países nórdicos, também suspendeu as entregas, enquanto operadores postais na Nova Zelândia, Coreia do Sul e Austrália disseram que parariam ou restringiriam envios antes das novas regras.
A mudança de política arrisca perturbar o comércio eletrónico internacional, que tem dependido da isenção de minimis para mover bens de baixo valor para os EUA de forma eficiente.
Grupos da indústria alertam que a incerteza sobre o desalfandegamento, transmissão de dados para as autoridades americanas e o método de cobrança de direitos pode levar a atrasos significativos e custos mais elevados tanto para empresas como para os consumidores.