O Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva prometeu contestar as novas tarifas dos EUA por meio de canais internacionais, afirmando que o seu governo não recuará na defesa dos interesses económicos do país.
"Em 2025, recorreremos a todas as medidas possíveis, começando pela OMC, para defender os nossos interesses", disse Lula durante um evento em Brasília na terça-feira.
"O governo já estava a tomar medidas para fortalecer o comércio exterior e gerar novas oportunidades para as empresas nacionais antes da mudança de administração nos Estados Unidos."
As declarações de Lula ocorreram poucos dias antes de uma nova tarifa de 50% imposta pela administração Trump entrar em vigor sobre as exportações brasileiras para os EUA, a partir de sexta-feira.

Convite para a COP30
Apesar das crescentes tensões, Lula afirmou que ainda pretende fazer um convite diplomático ao Presidente dos EUA, Donald Trump.
"Pode ter a certeza, eu vou ligar a Trump para convidá-lo para a COP30 e saber a sua opinião sobre a questão climática. Terei a gentileza de ligar-lhe", disse Lula, referindo-se à cimeira da ONU sobre mudanças climáticas, agendada para novembro em Belém, no Pará.
"Se ele não comparecer, será porque ele não quer — mas não será por falta de educação, cordialidade ou democracia", acrescentou.
Lula enfatizou que o Brasil continua aberto a negociar a questão das tarifas com Washington, mas apenas "em condições de igualdade" e com "respeito mútuo", reafirmando o seu compromisso com a soberania nacional e o comércio justo.
As tarifas e a tensão diplomática seguem a decisão de Washington de impor sanções ao juiz do Supremo Tribunal Federal brasileiro, Alexandre de Moraes, devido ao seu papel em investigações relacionadas com uma tentativa de golpe alegadamente ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro.