O líder norte-coreano Kim Jong-un atravessou para a China no seu comboio especial para participar no desfile militar de Pequim que comemora o fim da Segunda Guerra Mundial, reportaram os meios de comunicação estatais norte-coreanos.
O Rodong Sinmun publicou fotografias de Kim com altos funcionários, incluindo a Ministra dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte, Choe Son Hui, a embarcar no seu comboio blindado quando partiu de Pyongyang na segunda-feira.
Os meios de comunicação sul-coreanos confirmaram posteriormente a chegada do comboio à cidade fronteiriça chinesa de Dandong antes de se dirigir para Pequim.
A visita marca a primeira viagem de Kim para China desde 2019 e a sua quinta no total desde que assumiu o poder em 2011.
Kim participará no desfile de quarta-feira ao lado do Presidente chinês Xi Jinping e do Presidente russo Vladimir Putin.
O evento poderá destacar a oposição partilhada dos três líderes aos Estados Unidos, embora não tenha sido confirmada nenhuma cimeira trilateral.
Putin chegou à China no domingo para a cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (OCS), bem como para o desfile.
Funcionários do Kremlin disseram que um possível encontro com Kim estava "em consideração".
A Agência Central de Notícias Coreana da Coreia do Norte disse que a viagem de Kim reflete a "solidariedade estratégica" do país com a China e a Rússia.
A Coreia do Norte tornou-se cada vez mais vocal sobre questões globais, emitindo declarações sobre conflitos no Médio Oriente e no Estreito de Taiwan enquanto se apresenta como parte de uma frente unida com Pequim e Moscovo contra Washington.
Para Kim, a viagem a Pequim é também uma rara aparição num evento multilateral, a sua primeira desde que assumiu o cargo.
A visita surge quando o Presidente americano Donald Trump e o novo presidente liberal da Coreia do Sul, Lee Jae Myung, expressaram interesse em reiniciar as conversações nucleares com Pyongyang.
As negociações estão estagnadas desde que a cimeira de Kim com Trump colapsou em Hanói em 2019.