O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alertou que o povo de Gaza enfrenta "fome real", enquanto agências de ajuda humanitária tentam aproveitar uma "pausa tática" de Israel para acelerar a entrega de alimentos.
Trump num discurso na Escócia, na segunda-feira, ,contradisse o Primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que descartou os alertas de fome como sendo propaganda do Hamas. Trump afirmou que os Estados Unidos e os seus parceiros ajudariam a estabelecer centros de distribuição de alimentos para os mais de dois milhões de palestinianos em Gaza, que, segundo agências da ONU, enfrentam uma onda mortal de fome e desnutrição causada pelo conflito.
"Vamos fornecer alimentos bons e nutritivos, podemos salvar muitas pessoas. Quero dizer, algumas dessas crianças — trata-se de fome real," disse ele numa conferência de imprensa com o Primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. "Precisamos de alimentar essas crianças."
As declarações de Trump vieram após Netanyahu declarar no domingo que "não há fome em Gaza, não há uma política de fome em Gaza".

Centros de ajuda controversos
Os EUA já estabeleceram a controversa Fundação Humanitária de Gaza (GHF) no enclave bloqueado. A GHF foi criada para contornar o trabalho de ajuda da ONU e foi condenada por se tratar de uma "armadilha mortal", onde soldados israelitas atiram contra os palestinianos famintos que pretendem obter ajuda alimentar.
Israel já matou quase 60.000 palestinianos, a maioria mulheres e crianças, na sua ofensiva em Gaza sitiada. Cerca de 11.000 palestinianos estarão sob os escombros de casas destruídas, de acordo com a agência oficial de notícias palestiniana WAFA.
Especialistas, no entanto, argumentam que o número real de mortos excede significativamente os relatórios das autoridades de Gaza, estimando que pode estar em torno dos 200.000.
Ao longo do conflito, Israel reduziu grande parte do enclave bloqueado a ruínas e praticamente deslocou toda a sua população.