O Presidente venezuelano Nicolás Maduro acusou os EUA de quererem roubar o petróleo, gás e ouro do seu país, rejeitando o motivo declarado por Washington para o seu recente destacamento militar nas Caraíbas como sendo um embuste.
"Eles procuram muitas coisas. Procuram petróleo, não tráfico de droga", disse Maduro durante uma entrevista com o antigo Presidente equatoriano de esquerda Rafael Correa.
"A Venezuela tem a principal reserva petrolífera do mundo e tem a quarta maior reserva de gás, precisamente nas Caraíbas, onde estas pessoas comandam a frota, e a Venezuela tem o que poderá ser a primeira reserva de ouro do mundo", acrescentou.
As acusações, feitas no canal de notícias russo RT num novo episódio do programa televisivo "Conversando con Correa", surgiram em meio a tensões crescentes entre Caracas e Washington devido a um destacamento naval ordenado pelos EUA nas Caraíbas, em águas próximas da Venezuela.
O governo norte-americano afirma que o propósito do destacamento é uma operação anti-droga.
"É assim que o império americano está a desempenhar um papel perigoso para a nossa região, mas também perigoso para eles", disse Maduro.
'Plano de guerra'
"Eles inventam as suas histórias de Hollywood, onde Maduro é o vilão do filme e eles são os bons. Procuram usar a intimidação militar para defender os seus interesses de extrema-direita e imperiais."
Maduro também acusou os EUA de terem um "plano de guerra" para "forjar a sua hegemonia" no mundo, um objetivo que classificou como "impossível".
Afirmou ainda que os EUA são "o centro mundial do tráfico de droga" e controlam "todo o tráfico de droga na América do Sul e no mundo", alertando que as verdadeiras máfias e cartéis estão nos Estados Unidos.
Os EUA destacaram oito navios militares com mísseis e um submarino movido a energia nuclear para as Caraíbas e na semana passada ordenaram o envio de caças F-35 para uma base aérea em Porto Rico.
"Estão a apontar 1.200 mísseis às nossas cabeças", alertou Maduro.
Em resposta à presença naval norte-americana, a Venezuela moveu os seus próprios navios, alistou milhões de milicianos e destacou um "recurso especial" de presença militar em cinco regiões do país localizadas nas costas das Caraíbas e do Atlântico.
