As Forças de Apoio Rápido (RSF), um grupo paramilitar, cometeram vários crimes contra a humanidade durante o cerco de Al Fasher, na região ocidental de Darfur, no Sudão, afirmou na sexta-feira uma missão mandatada pela ONU.
Esses crimes somam-se às atrocidades cometidas pelas RSF numa guerra civil mais ampla, agora no seu terceiro ano, afirmou a missão num relatório que reforçou conclusões anteriores.
“As RSF cometeram ainda mais crimes contra a humanidade, incluindo assassinatos em grande escala, violência sexual e de género, pilhagens e destruição de meios de subsistência — chegando, por vezes, à perseguição e ao extermínio”, afirmou o presidente da missão de investigação, Mohamed Chande Othman, num comunicado.
Vivendo sob cerco
A equipa de três pessoas da ONU foi mandatada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU para investigar abusos.
A equipa afirmou que o seu último relatório se baseou em mais de 200 entrevistas, muitas delas com sobreviventes da violência, bem como em material de vídeo e contribuições de organizações civis.
Centenas de milhares de pessoas têm vivido sob cerco no último reduto do exército sudanês em Al Fasher, capital do estado do Darfur do Norte, agora a linha da frente do conflito.
O relatório de 18 páginas, intitulado “Uma Guerra de Atrocidades”, afirma que as RSF e os seus aliados têm usado a fome como método de guerra, privando os civis de itens de socorro, como alimentos e medicamentos.
A guerra eclodiu em abril de 2023, quando o exército e as RSF entraram em conflito devido a planos para integrar as suas forças.