Pelo menos 43 civis foram mortos num ataque durante a noite na província de Ituri, no nordeste da República Democrática do Congo (RDC), num ataque atribuído aos rebeldes das Forças Democráticas Aliadas (ADF).
Os atacantes invadiram a cidade de Komanda, no território de Irumu, por volta da meia-noite de sábado, tendo como alvo um grupo de fiéis reunidos num salão de oração perto do hospital geral da cidade. Entre as vítimas contavam-se vários catecúmenos da igreja católica que se preparavam para a confirmação no domingo.
“O ataque começou por volta da meia-noite. Apanharam as pessoas que estavam a rezar de surpresa. Várias pessoas deslocadas que viviam nas proximidades também foram mortas. Ao contrário de outras vezes, não houve sinais de aviso”, disse à Agência Anadolu o sobrevivente Mwila Kiloko.
Testemunhas disseram que as casas foram incendiadas e os objectos pessoais saqueados. Um camião pertencente a um comerciante de Oicha também foi incendiado.
O ataque mortal atingiu o centro da cidade - um local que se presumia seguro devido à presença das forças de segurança. A violação suscitou novas preocupações quanto à proteção dos civis.
Raiva e exigência de respostas
No domingo de manhã, os corpos das vítimas continuavam no local do ataque. Os habitantes, indignados com o silêncio do governo, recusaram-se a enterrar os mortos até que as autoridades provinciais reconhecessem formalmente os assassínios.
As organizações da sociedade civil local apelam à chegada do governador militar a Komanda e à aplicação imediata de medidas de segurança para evitar novos massacres.
O ataque reacendeu o escrutínio sobre o estado de sítio, que vigora há mais de dois anos na região assolada pela violência.
Komanda situa-se ao longo do corredor estratégico Beni-Bunia, há muito considerado um foco de violência. Nos últimos meses, vários ataques mataram dezenas de civis e agravaram a instabilidade na região.