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Líder da NATO afirma que não devemos ser ingénuos relativamente à China
Mark Rutte descreve o reforço das forças armadas da China e os investimentos na sua indústria da defesa e capacidades como impressionantes.
Líder da NATO afirma que não devemos ser ingénuos relativamente à China
O Secretário-Geral da NATO, Mark Rutte, visita a base naval da JMSDF em Yokosuka. / Reuters
8 de abril de 2025

A expansão das forças armadas da China é “impressionante”, afirmou o líder da NATO durante uma visita ao Japão iniciada na terça-feira, com o objetivo de “projetar” o poder da aliança na região Ásia-Pacífico.

“Não devemos ser ingénuos em relação à China”, disse o Secretário-Geral Mark Rutte ao Japan Times. “A ampliação das forças armadas, os investimentos na indústria da defesa e nas capacidades de defesa da China são impressionantes”, afirmou Rutte na entrevista publicada na segunda-feira.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem pressionado outros membros da NATO, composta maioritariamente por países europeus, a aumentarem os seus investimentos militares. Ao mesmo tempo, Trump deseja que os aliados da região Ásia-Pacífico fortaleçam as suas forças armadas para ajudar a enfrentar a China e conter a Coreia do Norte.

“Cada vez mais, os EUA querem que a NATO esteja mais envolvida (na região). Não no sentido do artigo 5, mas no sentido de projetar poder, apoiando-se mutuamente dentro da NATO”, disse Rutte.

O artigo 5 da NATO estabelece que, se uma nação membro for atacada, todas as outras considerarão isso como um ataque a todos e tomarão as medidas necessárias. Estava planeado que Rutte iria visitar a base naval de Yokosuka na terça-feira e reunir-se com altos representantes japoneses, incluindo, na quarta-feira, o Primeiro-Ministro Shigeru Ishiba.

Nos últimos anos, a NATO tem fortalecido os laços com o Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia – o chamado IP4 –, com os líderes desses países a participar em cimeiras da NATO. Rutte disse ao Japan Times na semana passada que a NATO deseja levar essa parceria a um novo patamar, intensificando a partilha de informações e a cooperação na indústria de defesa.

“Precisamos ir mais além... de declarações conjuntas... temos que transformá-las em práticas”, disse o holandês, que assumiu como chefe da NATO em outubro passado. O Japão tem aumentado a cooperação militar com países da Europa e, em novembro passado, Tóquio e a União Europeia anunciaram uma nova parceria de segurança e defesa.

Como parte de sua política externa, a China tem-se consistentemente oposto às ações da NATO além do seu papel original como uma aliança defensiva regional. Pequim critica o envolvimento da NATO na região Ásia-Pacífico, argumentando que tais ações provocam confrontos e rivalidades, desestabilizando a região e comprometendo a sua prosperidade.

A China continua a pedir que a NATO concentre os seus esforços em contribuições significativas para a paz, estabilidade e segurança globais, em vez de exacerbar tensões.

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