O Presidente egípcio Abdel Fattah el-Sissi afirmou que os líderes árabes apoiaram o plano pós-guerra do Egito para Gaza, que permitirá que os cerca de dois milhões de palestinianos permaneçam no território.
Reunidos no Cairo na terça-feira, os líderes aprovaram uma contraproposta ao plano do Presidente dos EUA, Donald Trump, que visava despovoar o território e transformá-lo num destino turístico à beira-mar.
Na reunião, o Presidente sírio Ahmed al-Sharaa condenou os apelos para o deslocamento forçado dos palestinianos das suas terras, classificando-os como uma "vergonha para a humanidade" e um "teste" para todos os árabes.
"O apelo ao deslocamento forçado do povo palestiniano da sua terra é uma vergonha para a humanidade", disse Al-Sharaa.
Ele alertou que tais apelos "não são apenas uma ameaça ao povo palestiniano, mas a toda a nação árabe."
A ameaça de deslocamento do povo de Gaza "não é apenas uma questão humanitária; é um teste ao nosso compromisso como árabes com a nossa causa vital", acrescentou.
Ele enfatizou que "a remoção do povo palestiniano da sua terra não pode ser aceite", afirmando que "chegou a hora de todos os árabes se unirem contra esses esquemas."
Necessidade de um ‘quadro político’
Na reunião, o Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, destacou a necessidade de um quadro político claro para reconstruir Gaza.
Há necessidade de um quadro político claro para a recuperação, reconstrução e estabilidade de Gaza, baseado em princípios legais internacionais, afirmou o chefe da ONU.
"Gaza deve permanecer uma parte integrante de um futuro estado palestiniano", declarou Guterres, enfatizando que "um futuro sustentável para Gaza deve ser construído com base na segurança, estabilidade e nos direitos inalienáveis do seu povo."
Ele pediu uma redução imediata das tensões e insistiu que o acesso à ajuda humanitária para Gaza é um direito fundamental que "não está sujeito a negociação."
Guterres saudou a realização da reunião de emergência, considerando que é um passo crucial na responsabilidade da comunidade internacional para acabar com a guerra, aliviar o sofrimento humano e garantir uma paz duradoura.