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Ataques israelitas ameaçam qualquer país que procure a paz, diz Primeiro-Ministro do Catar
O xeque Mohammed disse ao Conselho de Segurança da ONU que o ataque a Doha teve como objectivo sabotar as negociações para um cessar-fogo em Gaza e enfraquecer os esforços de mediação.
Ataques israelitas ameaçam qualquer país que procure a paz, diz Primeiro-Ministro do Catar
Reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas na sede da ONU em Nova York. / Reuters
há 7 horas

Os ataques israelitas têm como alvo não só o Catar, mas qualquer nação que trabalhe para alcançar a paz, afirmou o Primeiro-Ministro do Catar ao Conselho de Segurança da ONU, denunciando o ataque desta semana a Doha como uma tentativa flagrante de sabotar as negociações para um cessar-fogo em Gaza.

“A continuação de tais ataques não visa apenas o Catar. É uma clara ameaça a qualquer país que esteja a trabalhar para alcançar a paz, e isso mina a confiança nas Nações Unidas”, afirmou o xeque Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim al-Thani.

“O ataque é uma violação da soberania de um Estado-membro das Nações Unidas. Este ataque está muito longe do comportamento civilizado de Estados que acreditam na paz”, acrescentou, referindo-se ao ataque de Israel contra negociadores do Hamas em Doha no início desta semana.

O ataque, que matou cinco membros do grupo de resistência Hamas e um agente de segurança do Catar, ocorreu enquanto o grupo discutia uma proposta de cessar-fogo apoiada pelos EUA.

O xeque Mohammed disse que o ataque deixou claro que Israel estava “a tentar reorganizar a região pela força”, ao mesmo tempo que se baseava em “ideias fundamentalistas” para justificar as suas ações.

“Como podemos receber representantes israelitas quando eles cometeram este ataque? Já ouviu falar de algum Estado que tenha atacado um mediador desta forma?”, questionou.

Ancorados na mediação

O líder do Catar salientou que Doha continua empenhado na mediação e na resolução pacífica de disputas, mas advertiu que não tolerará ameaças à sua segurança.

Acusou os líderes de Israel de serem “extremistas sanguinários” que “acreditam gozar de impunidade” enquanto levam a cabo um genocídio em Gaza e desestabilizam toda a região.

A paz, disse, requer um cessar-fogo imediato, a libertação dos reféns, o acesso humanitário a Gaza e uma solução de dois Estados.

Na mesma reunião, o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Safadi, descreveu Israel como “um Governo desonesto, manchado com o sangue de pessoas inocentes”, que viola sistematicamente a soberania e o direito internacional, ao mesmo tempo que impõe a fome em Gaza.

Apelou à comunidade internacional para que agisse “imediatamente e de forma eficaz” para travar a “arrogância” de Israel e proteger a região das suas “ações desastrosas”.

Doha acolhe o gabinete político do Hamas desde 2012, a pedido de Washington e Telavive, e tem liderado a mediação com o Egito em repetidas tentativas de cessar-fogo.

O ataque israelita lançou dúvidas sobre esses esforços, mas o Catar prometeu continuar.

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