POLÍTICA
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Estudante pró-Palestina que está detido nos EUA não assistiu ao nascimento do filho
Centenas de estudantes viram os seus vistos revogados, tendo alguns afirmado que foram perseguidos por tudo, desde escrever artigos de opinião a registos de detenções menores.
Estudante pró-Palestina que está detido nos EUA não assistiu ao nascimento do filho
Detido nos EUA, estudante pró-Palestina não vê o nascimento do filho / Reuters
22 de abril de 2025

Centenas de estudantes viram os seus vistos revogados, tendo alguns afirmado que foram perseguidos por tudo, desde a escrita de artigos de opinião a registos de detenções menores. O ativista pró-palestiniano Mahmoud Khalil, que está ainda detido, não assistiu ao nascimento do seu filho depois de as autoridades norte-americanas terem recusado uma libertação temporária, informou a sua mulher.

Estudante de pós-graduação na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, tendo sido um dos líderes mais visíveis dos protestos contra a guerra de Israel em Gaza, Khalil foi detido pelas autoridades de imigração em 8 de março.

Foi decidido que seria deportado, apesar de ser residente permanente nos Estados Unidos como titular de um “green card” através da sua mulher, Noor Abdalla, cidadã americana.

Abdalla disse na segunda-feira que o Serviço de Imigração e Alfândegas dos EUA (ICE) negou um pedido de libertação temporária de Khalil para o nascimento do seu filho.

“Esta foi uma decisão propositada do ICE para me fazer sofrer a mim, ao Mahmoud e ao nosso filho”, afirmou num comunicado.

"O meu filho e eu não devíamos estar a passar os seus primeiros dias na Terra sem o Mahmoud. O ICE e a administração Trump roubaram estes momentos preciosos à nossa família, numa tentativa de silenciar o apoio de Mahmoud à liberdade dos palestinianos", afirmou.

Ela deu à luz em Nova Iorque. Khalil foi transferido para o estado da Louisiana, no sul do país, numa aparente tentativa de encontrar um juiz que simpatizasse com a repressão à imigração do Presidente Donald Trump.

Os conselheiros de Trump acusaram os manifestantes pró-Palestina de promoverem o antissemitismo e o terrorismo, acusações que os activistas negam.

O Secretário de Estado Marco Rubio invocou uma lei aprovada durante o “Red Scare” dos anos 50 que permite aos Estados Unidos expulsar estrangeiros considerados adversos à política externa dos EUA.

Rubio argumenta que as protecções constitucionais americanas da liberdade de expressão não se aplicam aos estrangeiros e que só ele pode tomar decisões sem recurso judicial.

Repressão estudantil

A detenção de Khalil foi a primeira ação de uma ação mais vasta da administração Trump contra o ativismo pró-Palestina.

Poucos dias depois da detenção de Khalil, ocorreu a detenção de outro estudante pró-Palestina, Badar Khan Suri, um investigador indiano da Universidade de Georgetown. O seu advogado disse que ele foi detido devido à identidade palestiniana da sua mulher.

Após a detenção de Suri, as autoridades perseguiram outro estudante pró-Palestina, Momodou Taal, pedindo-lhe que se entregasse.

Em 25 de março, Yunseo Chung, uma estudante da Universidade de Columbia, disse que processou a administração Trump para impedir a sua deportação dos EUA devido à sua participação num protesto pró-Palestina na primavera passada.

Também em 25 de março, Rumeysa Ozturk, estudante de doutoramento da Universidade de Tufts, foi raptada em plena luz do dia pelas autoridades americanas por ter criticado a carnificina de Israel em Gaza.

Na semana passada, as autoridades prenderam Mohsen Mahdwai, um ativista pró-Palestina e também estudante da Universidade de Columbia, durante a sua entrevista para obtenção de cidadania.

Outros estudantes, como Leqaa Kordia, Ranjani Srinivasan e Alireza Doroudi, foram detidos ou auto-deportados.

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