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Pentágono demite oficial superior por chamar Netanyahu e aliados: "comparsas judaico-supremacistas"
O Coronel Nathan McCormack, que pertencia à direção do Estado-Maior Conjunto, foi despedido depois de ter criticado Washington por permitir o “mau comportamento” de Israel e de ter acusado Netanyahu de querer expulsar os palestinianos.
Pentágono demite oficial superior por chamar Netanyahu e aliados: "comparsas judaico-supremacistas"
FOTO DE ARQUIVO: Pentágono expulsa oficial superior por causa de publicações anti-Israel / Reuters
há 9 horas

Um alto oficial militar dos EUA foi afastado do seu cargo depois de ter sido revelado que criticou repetidamente Israel e a política dos EUA na sua conta das redes sociais.

O Coronel Nathan McCormack, que ocupava o cargo de chefe da secção do Levante e do Egito na direção de planeamento J5 do Estado-Maior Conjunto, foi demitido das suas funções na sequência da divulgação das suas mensagens, segundo o Jewish News Syndicate, um órgão de comunicação social ligado a Israel que primeiro relatou a história.

De acordo com o Middle East Eye, as mensagens de McCormack acusavam Washington de permitir o “mau comportamento” de Israel e acrescentavam: “Os Estados ocidentais fazem um grande esforço para evitar críticas a Israel, muito por culpa do Holocausto”.

“As acções de Israel ao longo de décadas deram origem a acusações de limpeza étnica e genocídio”, escreveu ainda McCormack.

As suas mensagens, que entretanto foram arquivadas, incluíam também críticas ao Primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu.

McCormack referiu-se a ele e aos seus aliados como “comparsas judaico-supremacistas” e acusou-os de quererem “expulsar [os palestinianos] e limpar ‘Eretz Israel’ [território israelita] de palestinianos étnicos”.

Numa publicação, McCormack afirmou que Israel é "o nosso pior ‘aliado’. Não ganhamos literalmente nada com esta ‘parceria’, a não ser a inimizade de milhões de pessoas no Médio Oriente, em África e na Ásia".

Um funcionário do Pentágono disse à publicação que o Departamento de Defesa está “ciente da situação” e está a “investigar”.

O funcionário acrescentou que McCormack “foi devolvido ao seu serviço”, o que significa que já não está afeto ao Estado-Maior Conjunto enquanto o assunto está a ser analisado.

Também declarou que “o conteúdo publicado na conta do X não reflecte a posição do Estado-Maior ou do Departamento de Defesa”.

Foi nomeado um oficial de investigação para analisar as mensagens apagadas.

O incidente provocou reacções nas redes sociais, onde muitos utilizadores argumentaram que, embora a Primeira Emenda da Constituição dos EUA garanta a liberdade de expressão, as críticas a Israel parecem ser frequentemente uma exceção.

Os comentadores observaram que é comum criticar até o Presidente dos EUA sem repercussões, mas que observações semelhantes sobre Israel podem ter consequências profissionais, um padrão que, segundo alguns, aponta para a influência das redes de lóbi pró-Israel em Washington.

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