GUERRA EM GAZA
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Indignação global pela interceção do barco de ajuda humanitária 'Madleen' pelas forças israelitas
Países como a Türkiye, França, Irão e Espanha condenam o ataque ilegal de Israel ao barco que se aproximava de Gaza com suprimentos humanitários desesperadamente necessários, exigindo a libertação imediata dos detidos e o fim do bloqueio de Gaza.
Indignação global pela interceção do barco de ajuda humanitária 'Madleen' pelas forças israelitas
O barco de ajuda humanitária com destino a Gaza — parte da Coligação Flotilha da Liberdade (FFC) — navegava em direção a Gaza / AP
há 10 horas

As forças israelitas interceptaram o Madleen, um barco humanitário com bandeira britânica operado pela Coligação Flotilha da Liberdade, quando se aproximava de Gaza em águas internacionais.

O barco, que transportava 12 ativistas — incluindo a ativista climática sueca Greta Thunberg, a eurodeputada francesa Rima Hassan e o ativista brasileiro, thiago Ávila - estava a caminho para entregar suprimentos essenciais como fórmula infantil, kits médicos e alimentos a Gaza, desafiando o bloqueio naval de Israel.

A interceção provocou uma condenação internacional generalizada. Países como a Türkiye, o Irão e a Espanha classificaram a ação como uma violação do direito internacional, com alguns a descrevê-la como «pirataria» ou «terrorismo».

O relator especial da ONU para a Palestina e organizações como o Conselho de Relações Americano-Islâmicas exigiram a libertação imediata dos ativistas e condenaram o uso da força contra civis em águas internacionais.

Aqui estão algumas das reações ao recente ataque de Israel:

Türkiye

A Türkiye condenou a recusa de Israel em permitir que o barco de ajuda humanitária Madleen, com destino a Gaza, atracasse, afirmando que a ação de Telavi econtra a Coligação Flotilha da Liberdade «enquanto estava em águas internacionais é uma clara violação do direito internacional».

«Este ato hediondo do governo Netanyahu, que ameaça a liberdade de navegação e a segurança marítima, demonstra mais uma vez que Israel está a agir como um estado terrorista», afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco num comunicado.

A resposta «legítima» da comunidade internacional «contra as políticas genocidas de Israel, que usa a fome como arma em Gaza e impede a entrega de ajuda humanitária», irá persistir, destacou o ministério.

França

Legisladores franceses exigiram a libertação dos ativistas detidos após a interceção por Israel do barco de ajuda humanitária Madleen, que se dirigia ao enclave bloqueado.

O partido de esquerda France Unbowed (LFI) afirmou num comunicado que a detenção dos ativistas no barco de ajuda humanitária é uma «clara violação do direito internacional».

Irão

O Irão condenou a interceção por Israel de um barco de ajuda humanitária com destino a Gaza que transportava ativistas internacionais, descrevendo-a como um ato de pirataria.

«O ataque a esta frota — uma vez que ocorreu em águas internacionais — é considerado uma forma de pirataria ao abrigo do direito internacional», afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Esmaeil Baqaei, numa conferência de imprensa em Teerão.

ONU

A relatora especial da ONU, Francesca Albanese, instou os portos do Mediterrâneo a enviar mais navios de ajuda humanitária, considerando as tentativas de quebrar o cerco israelita «um dever legal dos Estados e um imperativo moral para todos».

«Eles devem navegar juntos — unidos, serão imparáveis», disse ela, pedindo a libertação imediata do barco de ajuda humanitária Madleen.

«O governo do Reino Unido deve procurar urgentemente esclarecimentos completos e garantir a libertação imediata do barco e da sua tripulação», disse Albanese.

«O Madleen deve ser autorizado a continuar a sua missão humanitária legítima em Gaza.»

Hamas

O grupo de resistência palestiniano Hamas condenou a interceção por Israel de um barco de ajuda humanitária com destino à Faixa de Gaza, bloqueada, como «terrorismo de Estado».

«A interceção do Madleen no mar e o impedimento de entregar ajuda simbólica ao nosso povo, que enfrenta uma guerra genocida, constitui terrorismo de Estado organizado, uma violação flagrante do direito internacional e um ataque a voluntários civis que agem por motivos humanitários», afirmou o Hamas num comunicado.

Afirmou ainda que a tentativa de quebrar o cerco a Gaza mostra que «Gaza não está sozinha e que a consciência da humanidade permanece viva face à ocupação fascista».

Espanha

Yolanda Díaz, Ministra do Trabalho de Espanha e uma das três vice-primeiras-ministras do país, condenou a captura do Madleen por Israel e instou a UE a responder de forma decisiva.

«Denuncio veementemente a apreensão do Madleen, que estava a entregar ajuda humanitária a Gaza. Esta violação do direito internacional exige uma reação forte e clara da UE. O meu total apoio vai para os voluntários atualmente detidos. Exigimos a sua libertação imediata. #AllEyesOnMadleen», afirmou numa declaração partilhada na plataforma de redes sociais Bluesky.

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