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Israel pondera expulsão forçada de palestinianos de Gaza no próximo mês, diz relatório
O plano de expulsão proposto deverá ser um dos principais pontos de discussão durante a visita do Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, a Israel na próxima semana.
Israel pondera expulsão forçada de palestinianos de Gaza no próximo mês, diz relatório
Palestinianos deslocados, fugindo do norte de Gaza, se movem para o sul, no centro de Gaza. / Reuters
13 de setembro de 2025

As forças de segurança de Israel apresentaram ao Governo um plano para deslocar à força os residentes palestinianos de Gaza a partir do próximo mês, informou o Canal 12 israelita na sexta-feira.

Espera-se que o plano proposto seja um importante ponto de discussão durante a visita do Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, a Israel na próxima semana.

De acordo com a emissora, durante a sua visita, Rubio se reunirá com autoridades israelitas, incluindo Benjamin Netanyahu, para discutir o que Telavive chama de “realocação voluntária” de Gaza.

Rubio deverá visitar Israel no início da próxima semana, onde também participará na inauguração de um túnel no bairro ocupado de Silwan, em Jerusalém Oriental.

O Canal 12 afirmou que o “plano de realocação é uma iniciativa do Presidente dos EUA, Donald Trump, que recebeu apoio público de Netanyahu. No entanto, as autoridades israelitas continuam céticas quanto à sua viabilidade, acrescentou.

O plano, apresentado pelas autoridades israelitas na quinta-feira, “permitiria aos residentes de Gaza partir por via aérea e marítima a partir de outubro”.

As discussões com vários países sobre a aceitação de refugiados palestinianos deslocados à força estão “em curso, mas ainda não foi alcançado um acordo formal”, informou o canal.

O Ministro das Finanças de extrema direita, Bezalel Smotrich, um dos principais apoiantes do plano, disse numa reunião do Governo: “Não faz sentido investir grandes quantias de dinheiro se os residentes de Gaza regressarem dentro de um ano. Se não houver mudanças significativas em Gaza, isso é desnecessário”.

Netanyahu respondeu que Israel não investiria grandes somas, mas “faria progressos com os países dispostos a acolhê-los”.

Deslocamento forçado

O Ministro da Segurança Nacional de extrema direita, Itamar Ben-Gvir, chamou ao deslocamento “a questão mais importante com que estamos a lidar agora” e instou a uma ação imediata para o implementar.

O canal não especificou a data da discussão entre os ministros e Netanyahu.

O Canal 12 acrescentou que, na prática, a falta de acordos com outros países e a relutância de Israel em financiar o plano por si só “reduz significativamente as suas chances de implementação”.

Israel há muito tempo enquadra o deslocamento de Gaza como “voluntário”, enquanto os críticos argumentam que o bloqueio em curso, a fome imposta por Israel, a destruição de infraestruturas e os ataques repetidos criaram um ambiente coercivo que força os palestinianos a partir.

A Autoridade Palestiniana, o Hamas e a comunidade internacional condenaram repetidamente tais planos, alertando para o deslocamento forçado.

O Egito também expressou oposição, negando as alegações israelitas de que fechou a passagem de Rafah, que permanece aberta no lado egípcio, mas bloqueada por Israel no lado palestiniano.

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