Os Estados Unidos vão duplicar as suas tarifas sobre o aço e o alumínio importados a partir de quarta-feira, de acordo com a Casa Branca, que publicou um decreto assinado pelo Presidente Donald Trump.
A medida marca a mais recente ação nas disputas comerciais em curso de Trump, elevando as tarifas sobre ambos os metais de 25% para 50%.
No entanto, as tarifas aduaneiras sobre as importações de metais do Reino Unido permanecerão com uma taxa de 25 por cento, enquanto ambas as partes negoceiam taxas e quotas em conformidade com os termos de um acordo comercial anterior.
De um modo geral, o objectivo é "combater de forma mais eficaz os países estrangeiros que continuam a descarregar aço e alumínio em excesso e de baixo custo nos Estados Unidos", refere o decreto, acrescentando que tais importações prejudicam a competitividade das indústrias nacionais.
“O aumento das tarifas anteriormente impostas proporcionará um maior apoio a estas indústrias e reduzirá ou eliminará a ameaça à segurança nacional representada pelas importações de artigos de aço e alumínio e seus derivados”, acrescentou.
Trump anunciou a decisão pela primeira vez durante um discurso numa fábrica da US Steel na Pensilvânia, na semana passada.
“Ninguém vai conseguir roubar a vossa indústria”, disse na altura. “Com 25%, conseguem, de certa forma, passar por cima dessa vedação. Com 50%, já não conseguem passar por cima da vedação”.
A medida agravou as tensões com os principais parceiros comerciais. No fim de semana, a União Europeia avisou que estava preparada para retaliar caso não fosse alcançado nenhum acordo.
Bruxelas disse que o anúncio repentino “prejudica os esforços em curso para chegar a uma solução negociada” entre o bloco e Washington.
Washington está actualmente em negociações com vários países, depois de Trump ter imposto, em abril, tarifas de 10% a quase todos os parceiros comerciais e ter anunciado taxas ainda mais elevadas para dezenas de economias.
Embora as tarifas mais elevadas tenham sido suspensas durante as negociações em curso, esta suspensão deverá expirar no início de julho, o que torna urgente a resolução das questões comerciais pendentes.
Desde que regressou ao cargo, em janeiro, Trump impôs tarifas abrangentes a aliados e adversários, abalando os mercados financeiros e gerando receios de uma guerra comercial global. Além dos metais, o Presidente tem visado importações de sectores específicos, como os automóveis.