Israel colocou dois ativistas internacionais do barco de ajuda humanitária com destino a Gaza, Madleen, em confinamento solitário, informou um grupo de direitos humanos israelita.
Numa declaração na quarta-feira, a organização de direitos humanos e centro jurídico Adalah disse que o voluntário brasileiro Thiago Avila e a eurodeputada franco-palestiniana Rima Hassan foram transferidos para instalações prisionais separadas, longe dos outros, e colocados em confinamento solitário.
"Tiago Ávila foi colocado em isolamento na prisão de Ayalon por estar a fazer greve de fome, iniciada há dois dias" afirmou a organização.
A Adalah disse que Ávila tem sido tratado de forma agressiva pelas autoridades prisionais, embora isso não tenha escalado para agressão física.
"Rima Hassan foi colocada em isolamento em condições desumanas na prisão de Neve Tirza depois de escrever “Palestina Livre” numa parede da prisão de Givon", acrescentou.
"Ela foi transferida para uma cela pequena, sem janelas, com condições de higiene extremamente precárias, e foi-lhe negado o acesso ao pátio da prisão."
'Ações retaliatórias'
O grupo de direitos humanos denunciou a transferência dos dois ativistas estrangeiros para instalações prisionais separadas como "uma grave violação dos direitos dos voluntários e uma clara tentativa de exercer pressão mental e política sobre eles".
Apelou às autoridades israelitas para que pusessem fim ao confinamento solitário, suspendessem todas as «ações retaliatórias» e libertassem imediatamente os oito voluntários detidos.
O centro informou posteriormente que "Rima foi transferida do confinamento solitário de volta para Givon. Thiago permanece em isolamento".
Os dois estavam entre os 12 ativistas internacionais detidos pelas forças Israelitas a bordo do barco de ajuda humanitária Madleen na segunda-feira. Israel deportou quatro ativistas para os seus países de origem na terça-feira.
Os outros seis ativistas sob custódia Israelita são Suayb Ordu, da Türkiye, Mark van Rennes, da Holanda, Pascal Maurieras, Yanis Mhamdi, Reva Viard, da França, e Yasemin Acar, da Alemanha.
Carnificina em Gaza
Israel apreendeu o barco de bandeira britânica em águas internacionais quando este partia para Gaza numa tentativa de quebrar o bloqueio naval israelita ao enclave, onde mais de 55.100 pessoas foram mortas numa carnificina mortal desde outubro de 2023.
Como Israel continua a fechar todas as passagens fronteiriças de Gaza à ajuda humanitária desde o início de março, as agências de ajuda humanitária alertaram para o risco de fome entre os 2,4 milhões de habitantes de Gaza.
Ao longo do genocídio, Israel reduziu a maior parte do enclave bloqueado a ruínas e praticamente deslocou toda a sua população.
Em novembro passado, o Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão contra o Primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e o seu ex-ministro da Defesa Yoav Gallant por crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza.
Israel também enfrenta um processo por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça por sua guerra brutal contra o enclave palestiniano.
